ABSTRACT

Quando consideramos os sons de um idioma, não só fazemos uma descrição da pronúncia, mas também procuramos revelar as possíveis diferenças de significado que tais sons podem produzir e que cada falante nativo detém como realidade linguística desde a infância. Por exemplo, quando pronunciamos e escutamos as palavras pia e dia, percebemos que são quase iguais e que só se diferenciam no primeiro som. Porém, além de saber que os sons representados pelos grafemas <p> e <d> são articulados de maneiras diferentes, também devemos notar que quando trocamos um pelo outro, produzimos uma mudança de significado: com o som do <p> imaginamos aquele lugar onde lavamos a louça na cozinha; já com o som do <d> temos o oposto da noite. Em outros casos, a mesma letra pode associar-se a diferentes pronúncias segundo o dialeto. Por exemplo, em muitas partes do Brasil, o som do <t> na palavra tua não é o mesmo que o som do <t> na palavra tia, embora todos os falantes reconheçam que as duas pronúncias do <t> estão relacionadas de alguma maneira.